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  Dessa vez eu me permiti deixar que o fantasma do que tu eras invadisse minha caixa de memórias antes que ele decidisse interromper meus pensamentos como tem feito em pelo menos cinco minutos de cada dia.
   Nessas horas eu nunca sei o que você quer de mim. Nunca soube. E caramba, até seu fantasma me enxerga como um ensaio de peça que pode ser invadido pra se assistir como se as cortinas não sinalizassem que eu preciso de um momento pra mim.
   Você não soube como me deixar em paz e eu não sei o que querer de você. E foi por isso que levamos esse cenário montado de volta pro caminhão e fechamos tudo à sete chaves. E você prometeu que as tinhas jogado no fundo do rio. Mas não para de aparecer em flashes, segundos que mais soam como diferentes despedidas jamais executadas, tentando atingir a parte de mim que se recusou a acreditar que você se pronunciava intocável.
   Eu tô te deixando entrar hoje para que você saia imediatamente amanhã. Vou me mudar pra longe dos lugares que me fazem despertar essa vontade de ler uma palavra sequer sua. Eu não posso voltar a acreditar em histórias de terror. Não me engane. Sei que é você o fantasma, porque era assim que seu amor por mim se apresentava.

Até breve.
Beatryz

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