Um pouco mais de alma.

Eu quero escrever sobre meus choros, meus gritos, meus silêncios, minhas noites em claro, meus dias inteiros de puro cansaço, dor e sofrimento. Sobre o quão fodida (não achei palavra melhor) eu fiquei, o quão deprimente era me olhar no espelho e só enxergar derrota.
  Eu quero escrever e escrever, espalhar por todos os cantos o quanto meu peito pesa e meus olhos ardem na tentativa de expulsar todo esse passado que me atormenta e toda essa expectativa de dias melhores.
   Por que, veja só, eu sou uma cicatriz de um corte quase perfeito que eu dedilho e lembro de como a dor pode nos fazer querer morrer e as palavras podem ser a única espécie de salvação.
   Temo o que vou ser depois dos meus
impulsos trágicos e obscenos. Algo em nós morre e nossa existência pesada
permanece no chão degradante,
impossibilitada de sentir. Fumando seu
raciocínio mais nervoso, cheio de controvérsias e de versos cheios de nada.
  Somos compostos só de solidão, afinal. Mas se grito a minha angústia de forma errada, inescrupulosa e devastada.
Não é pra que a cidade toda aplauda. Eu só queria um pouco mais de alma.


Bem vindo, e até breve.
Beatryz